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A Pedra de Dighton é um vestígio da presença portuguesa nos EUA, teoria que foi fortemente defendida a partir do século XX.
Segundo esta teoria, a Pedra de Dighton tem inscrições com o nome do terceirense Miguel Corte Real e o ano de 1511, além de ter as cruzes de cristo, símbolo do Portugal dos Descobrimentos.

A Pedra de Dighton foi encontrada na foz do rio Taunton, em Berkley, Massachusetts. A teoria portuguesa foi primeiramente defendida, em 1918,

Sendo a Pedra de Dighton um vestígio da nossa História, que prova a importância que temos, devia ter sido Angra do Heroísmo a 1ª cidade a possuir uma réplica, contudo não foi assim que aconteceu.

Assim 5 réplicas da Dighton Rock encontram-se espalhadas pelo país. Temos em Lisboa (Belém), em Oliveira de Azeméis, em Vale de Cambra (localidade onde nasceu o Dr. Manuel Luciano da Silva), no Funchal (Madeira) e na Lagoa (S. Miguel). A Câmara Municipal da Lagoa cedeu a sua temporariamente à

A Pedra de Dighton

pelo Professor americano Edmund Delabarre, que estudou durante 12 anos tudo o que existia sobre a Pedra, sobretudo as teorias já existentes. Não concordando com o que existia, o Professor Delabarre, a 2 de dezembro de 1918, encontrou na Pedra a data de 1511. De seguida, Delabarre distinguiu as letras MI e CORT, que o fizeram encontrar o nome de Miguel Corte-Real. Delabarre conseguiu “ver” ainda o escudo português em "V". A teoria portuguesa veio alterar o que se pensava do desaparecimento de Corte-Real.

Em 1951, o micaelense José Dâmaso Fragoso, professor na New York University, encontrou 3 Cruzes de Cristo, idênticas às usadas pelos portugueses, nos Descobrimento, símbolo de Portugal, o que veio cimentar a teoria da presença de Miguel na América. Contudo, desde 1928, quando fundou a Memorial Society de Miguel Corte Real, começou a comprar a terra adjacente à Pedra. Fragoso podia estudar assim detalhadamente a Pedra de Dighton. O estudioso fundou ainda a revista intitulada O Mundo Português. A teoria portuguesa ganhava forma. Passou-se então a defender que os portugueses tinham sido os primeiros europeus a colonizar a América.

Foi neste momento que o Dr. Manuel Luciano da Silva conheceu esta teoria e iniciou os seus estudos sobre a veracidade, autenticidade e significado das inscrições, sobretudo quando, a 2 de novembro de 1959, juntamente com Charles Dupont, o Dr. Manuel Luciano da Silva tirou fotografias da pedra, decalcou as formas de símbolos que provavam a presença do terceirense junto ao rio Taunton.

Em 1960, no I Congresso Internacional dos Descobrimentos, em Lisboa, o Dr. Manuel Luciano da Silva apresentou a descoberta da quarta Cruz da Ordem de Cristo e reafirmou a teoria portuguesa da Pedra de Dighton. Apesar de alguma apatia por parte de muitos presentes no Congresso, o Dr. Manuel Luciano da Silva lutou e conseguiu que a Pedra de Dighton fosse retirada do rio Taunton e fosse criado um museu em torno da Pedra, em Massachusetts, do qual foi diretor, merecendo, ao longo dos anos, do apoio de muitos investigadores. Publicou ainda Os Pioneiros Portugueses e a Pedra de Dighton,  com o  objetivo de difundir a presença dos portugueses, destacando os Açores, para a História americana.

 

Atendendo aos vários estudos sobre a teoria, a Pedra de Dighton prova que Miguel Corte-Real chegou à América e que viveu lá, pois vários relatos deste período falam da presença de homens brancos, que chegaram àquelas terras “numa casa de madeira”, ou “num pássaro”, tendo-se estabelecido com os índios. Miguel Corte-Real marcou na rocha o nome, a data e as cruzes da Ordem de Cristo, para que alguém visse que ali tinha estado um português. É pouco provável que tenha encontrado Gaspar, pois se assim fosse,

teria deixado inscrito este facto na rocha. Se pensarmos na data de 1511, não haveria muitos navegadores capazes de explorar, naquele momento, estes territórios tão bem como Corte-Real, visto a família já ter estado naquelas terras e de ter conhecimentos de náutica capazes de navegar até lá.

Câmara Municipal da Ribeira Grande, através de um protocolo, para que esta fique no Museu da Emigração.

Ao fim de várias décadas de combate a sexta réplica da Pedra de Dighton está prestes a chegar à Angra do Heroísmo, local de nascimento do navegador Miguel Corte-Real e provavelmente de onde partiu rumo à América.
A História de Miguel Corte-Real e a relação da Pedra de Dighton connosco merece ser divulgada, todos devem-se empenhar e estar motivados na preservação da memória do nosso passado, que mostra quem fomos e quem somos.


Francisco Miguel Nogueira,
Mestre em História Moderna e Contemporânea, Especialidade em Relações Internacionais
Historiador/Investigador

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